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Taxa Referencial (TR): o que é, onde impacta e como calcular

Por: Carlos Lisboa
29 Apr 2024
7 min leitura

Quantas vezes você já se deparou com a sigla “TR” em documentos bancários, contratos de financiamento ou investimentos, sem realmente entender o que significa? 

A Taxa Referencial (TR) é um indicador fundamental de rentabilidade para uma variedade de produtos e operações financeiras. 

Neste artigo, vamos desvendar o significado por trás dessa sigla, entender como ela funciona e explorar de que maneira ela impacta diretamente a sua vida financeira. Continue a leitura!

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O que é Taxa Referencial (TR)?

A Taxa Referencial é uma taxa de juros amplamente empregada como referência em uma variedade de investimentos e operações financeiras no território brasileiro.

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Instituída em 1991 como parte de medidas destinadas a controlar a inflação e estabilizar a economia nacional, sua criação foi uma resposta às instabilidades econômicas enfrentadas pelo país na época. 

Desde então, a TR desempenha um papel crucial no cenário financeiro brasileiro, influenciando diretamente o rendimento de aplicações financeiras, como a poupança e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), por exemplo.

Como a TR impacta os investimentos?

A Taxa Referencial exerce uma influência significativa em uma diversidade de investimentos, o que significa que qualquer alteração na TR tem o potencial de afetar diretamente a rentabilidade dessas aplicações.

Confira também: O que é renda fixa?

Por isso, compreender o impacto dela é fundamental para tomar decisões eficientes e otimizar os retornos sobre os investimentos

Acompanhe a seguir como a TR influencia diferentes aplicações e produtos financeiros.

TR e poupança

Na poupança, a TR é um dos componentes que compõem o cálculo dos rendimentos, juntamente com a taxa Selic.

Para entender melhor o funcionamento dessa modalidade de investimento, é essencial compreender como a rentabilidade é determinada em diferentes cenários de variação da Selic. 

Quando a Selic está igual ou abaixo de 8,5%, a fórmula para calcular a rentabilidade da poupança é o resultado de 70% da Selic somado à Taxa Referencial. 

Por outro lado, se a Selic ultrapassa a marca de 8,5%, a rentabilidade será fixada em 0,5% sobre o valor depositado, acrescido da variação da TR. 

TR e FGTS

A relação entre a Taxa Referencial e o FGTS é de extrema importância para milhões de trabalhadores brasileiros.

Afinal, ela é um dos elementos de correção monetária dos saldos das contas vinculadas ao FGTS.

Atualmente, o saldo do FGTS é corrigido mensalmente utilizando a TR, com a adição de juros de 3% ao ano

TR e títulos de capitalização

Os títulos de capitalização, em sua maioria, são diretamente influenciados pela Taxa Referencial em sua estrutura de remuneração. 

Geralmente, ela é o único indicador utilizado para determinar os ganhos dos investidores nesse tipo de aplicação.

Além disso, só é empregada quando o título permanece depositado até o seu vencimento, o que pode afetar a rentabilidade esperada pelo investidor ao longo do tempo.

TR e financiamento imobiliário

Nos financiamentos imobiliários, a Taxa Referencial possui um papel importante na determinação dos valores cobrados.

Nesse contexto, os juros do financiamento são somados à variação da TR do período, o que influencia diretamente as parcelas mensais e o saldo devedor do financiamento ao longo do tempo. 

TR e títulos públicos

A relação da TR com os títulos públicos é, geralmente, nula, exceto em casos específicos, como os títulos Notas do Tesouro Nacional série H (NTN-H) e Notas do Tesouro Nacional série P (NTN-P).

Apesar de não serem mais negociados, esses títulos são encontrados em algumas carteiras de investimentos, onde sua rentabilidade é determinada pela TR.

TR e a inflação

Historicamente, a TR foi criada com o objetivo de controlar a inflação e garantir a estabilidade econômica do país. 

No entanto, ao longo dos anos, a eficácia da TR como instrumento de combate à inflação tem sido questionada, especialmente devido à sua baixa capacidade de acompanhar a verdadeira variação dos preços na economia. 

Como resultado, a correção monetária proporcionada pela TR pode não ser suficiente para proteger o poder de compra dos investidores e consumidores contra a inflação. 

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Como a Taxa Referencial impacta nos benefícios do governo?

A Taxa Referencial exerce um impacto significativo em diversos benefícios oferecidos pelo governo, sendo o Programa Minha Casa, Minha Vida um dos exemplos mais marcantes. 

No âmbito desse programa habitacional, a TR é utilizada como indexador para a correção de financiamentos imobiliários concedidos aos beneficiários. 

Essa prática é essencial para viabilizar a aquisição da casa própria para milhares de famílias em todo o país. 

Outro caso relevante é a correção monetária aplicada ao FGTS, como já mencionado anteriormente.

No entanto, nos últimos anos, ela tem sido alvo de discussões devido ao fato de que a TR tem se mantido próxima de zero, ou seja, tem ficado abaixo da inflação, resultando em uma desvalorização dos recursos aplicados no FGTS.

Um dos eventos mais recentes relacionados a essa questão ocorreu em 4 de abril, quando a Advocacia-Geral da União (AGU) enviou uma proposta ao Supremo Tribunal Federal (STF) para discutir a correção do FGTS pela inflação

O texto sugere que as contas do FGTS sejam remuneradas, no mínimo, pela inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)

Em situações em que a remuneração das contas do FGTS não atingir o IPCA, a responsabilidade de decidir como compensar essa diferença seria atribuída ao Conselho Curador do FGTS.

Em razão dessa iniciativa, a correção do FGTS pela inflação retornou à pauta do STF. Contudo, até o momento, essa proposta ainda não foi analisada pelos ministros.

Como calcular a Taxa Referencial?

Para calcular a Taxa Referencial, é essencial, primeiramente, determinar o valor do redutor, utilizando a fórmula:

R = a + b × TBF

Onde:

  • R é o redutor
  • a é um valor fixo igual a 1,005
  • b depende do valor da Tarifa Básica Financeira (TBF), divulgada pelo Bacen
  • TBF é a Tarifa Básica Financeira

Após encontrar o valor do redutor, utilize a fórmula da TR:

TR = 100 × [(1 + TBF) ÷ R) – 1]

Vale ressaltar que, segundo a convenção estabelecida pelo Bacen, se o valor calculado da TR resultar em um número negativo, ele será considerado como zero.

Além disso, a TR pode ser calculada facilmente através da Calculadora do Cidadão, uma ferramenta disponibilizada no site do Banco Central (Bacen).

Qual a diferença entre TR diária e TR mensal?

A diferença entre a TR diária e a mensal está na frequência de atualização dos valores e nos diferentes contextos de aplicação.

Enquanto a TR diária reflete o valor do índice a cada dia, a TR mensal é calculada somando todas as TRs diárias do mês e dividindo pelo número de dias do mês em questão.

Confira também: Qual a taxa de juros do Banco Central hoje? Entenda cálculo

A TR mensal é empregada para correção do FGTS e da caderneta de poupança, sendo uma referência importante para investimentos de longo prazo

Por outro lado, a TR diária é utilizada para operações de crédito aplicadas por menos de 30 dias, proporcionando uma avaliação mais precisa em transações financeiras de curto prazo.

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FAQ

Perguntas frequentes

Como é definida a TR?

A Taxa Referencial (TR) é definida pelo Banco Central do Brasil e pode ser calculada utilizando as seguintes fórmulas: R = a + b × TBF e TR = 100 × [(1 + TBF) ÷ R) – 1].

Onde consultar a Taxa Referencial no Banco Central?

Para consultar a Taxa Referencial, basta acessar a Calculadora do Cidadão, que é uma ferramenta disponibilizada no site do Banco Central.

O que faz a TR subir?

A TR é influenciada por diversos fatores econômicos, como a política monetária do Banco Central, a oferta e demanda por crédito, a inflação e as expectativas dos investidores em relação à economia.

Qual melhor taxa TR ou IPCA?

A escolha entre TR e IPCA depende dos objetivos do investidor e das condições do mercado. Geralmente, a TR é utilizada em contratos de financiamento e investimentos, enquanto o IPCA é uma medida mais abrangente da inflação. 

Qual rende mais TR ou poupança?

Normalmente, a TR tende a render menos que a poupança, pois esta última é composta por uma taxa fixa (6,17% ao ano) mais a Taxa Referencial.

O que é mais vantajoso TR ou Selic?

A escolha entre TR e Selic depende dos objetivos do investidor e do cenário econômico. Se a Selic estiver acima da TR, investir em títulos indexados à Selic pode ser mais vantajoso. Por outro lado, se a TR estiver acima da Selic, investimentos indexados à TR, podem ser mais favoráveis.

Carlos Lisboa Carlos Lisboa

Com o sol em copywriting, ascendente em marketing de conteúdo e lua em storytelling, o Carlos é um dos redatores SEO da meutudo. Formado em publicidade e propaganda, esse sergipano é apaixonado por ouvir e contar histórias!

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